segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Neste primeiro tema de 2010 gostaria de deixar para debate algo sobre o futuro.
Muitas vezes ouvi um amigo dizer que a campanha eleitoral começa no dia a seguir às eleições. Nesse sentido creio que começa a ser altura de pensar no que virá a seguir.
As eleições autárquicas de Outubro de 2009 mostraram uma realidade indesmentível: o PSD aprendeu com os erros do passado e cimentou a sua força local. Na verdade, penso que a maioria alcançada em 2009 não pode ser dissociada da estratégia que conseguiu o poder em 2005. Nessa altura, em 2005, poucos acreditariam na vitória. No entanto, a estratégia adoptada, que tinha como referência fundamental a existência de um candidato em quem o povo confiasse, um candidato que para além de ser popular tivesse obra feita, resultou em pleno. Em 2009 assistimos, penso, à continuação da estratégia de 2005, agora com trabalho autárquico para mostrar e uma aposta cuidada nos candidatos às juntas de freguesia.
Agora segue-se 2013. E em 2013 qual será a estratégia? Assumido que está, em campanha eleitoral, pelo Presidente Manuel Baptista que este será o seu último mandato nessa qualidade, qual será a estratégia do PSD para o futuro? O que pensam os militantes e simpatizantes social-democratas sobre este assunto?

E em relação ao PS, será que a aposta no Dr. António Lourenço, pese embora as muitas vozes discordantes, é para continuar? Porque apesar da derrota nas urnas, foi a maior votação obtida pelo PS em eleições onde foi derrotado e isso é um capital político a não desprezar. Também não se podem esquecer as derrotas em freguesias importantes e consideradas bastiões socialistas, o que denota falta de cuidado na preparação do acto eleitoral. Já para não falar na “falta de comparência” em Santo Emilião... O que pensam os militantes e simpatizantes socialistas sobre isto?
E o que pensam os povoenses, independentemente de cores políticas sobre os assuntos expostos? Sim, porque 2013 é já ali…

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Quando, a passos largos, se aproxima o início de um novo ano, creio que seria interessante a partilha, entre os amigos bloguistas, daquilo que gostaríamos que acontecesse em 2010.
Por isso, juntamente com os renovados votos de que tenham tudo de bom, deixo aqui um desafio: o que é que cada um de nós deseja, no ano 2010, para a nossa Póvoa de Lanhoso e para o nosso Portugal.

BOAS FESTAS

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009


A todos os nossos amigos desejamos um SANTO e FELIZ NATAL.
Que o ano de 2010 vos traga tudo o que de melhor desejais.

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Quando recebi, por e-mail, o texto que a Clara Ferreira Alves publicou no Expresso, achei que estava perante um texto corajoso que, sem papas na língua, põe o dedo em muitas feridas.
É esse mesmo texto que deixo para análise dos amigos bloguistas. O que pensam de tudo isto os povoenses?
Aguardamos os Vossos comentários.

Do Expresso:
Não admira que num país assim emerjam cavalgaduras, que chegam ao topo, dizendo ter formação, que nunca adquiriram (Olá! camarada Sócrates…Olá! Armando Vara…), que usem dinheiros públicos (fortunas escandalosas) para se promoverem pessoalmente face a um público acrítico, burro e embrutecido.
Este é um país em que a Câmara Municipal de Lisboa, desde o 25 de Abril distribui casas de RENDA ECONÓMICA - mas não de construção económica - aos seus altos funcionários e jornalistas, em que estes últimos, em atitude de gratidão, passaram a esconder as verdadeiras notícias e passaram a "prostituir-se" (Olá! Batista Bastos… ainda és comunista?!) na sua dignidade profissional, a troco de participar nos roubos de dinheiros públicos, destinados a gente carenciada, mas mais honesta que estes bandalhos.
Em dado momento a actividade do jornalismo constituiu-se como O VERDADEIRO PODER. Só pela sua acção se sabia a verdade sobre os podres forjados pelos políticos e pelo poder judicial. Agora contínua a ser o VERDADEIRO PODER mas senta-se à mesa dos corruptos e com eles partilha os despojos, rapando os ossos ao esqueleto deste povo burro e embrutecido. Para garantir que vai continuar burro o grande cavallia (que em português significa cavalgadura) desferiu o golpe de morte ao ensino público e coroou a acção com a criação das Novas Oportunidades.
Gente assim mal formada vai aceitar tudo e o país será o pátio de recreio dos mafiosos.
A justiça portuguesa não é apenas cega. É surda, muda, coxa e marreca.
Portugal tem um défice de responsabilidade civil, criminal e moral muito maior do que o seu défice financeiro, e nenhum português se preocupa com isso, apesar de pagar os custos da morosidade, do secretismo, do encobrimento, do compadrio e da corrupção.
Os portugueses, na sua infinita e pacata desordem existencial, acham tudo "normal" e encolhem os ombros. Por uma vez gostava que em Portugal alguma coisa tivesse um fim, ponto final, assunto arrumado. Não se fala mais nisso. Vivemos no país mais inconclusivo do mundo, em permanente agitação sobre tudo e sem concluir nada.
Desde os Templários e as obras de Santa Engrácia, que se sabe que, nada acaba em Portugal, nada é levado às últimas Consequências, nada é definitivo e tudo é
improvisado, temporário, desenrascado.
Da morte de Francisco Sá Carneiro e do eterno mistério que a rodeia, foi crime, não foi crime, ao desaparecimento de Madeleine McCann ou ao caso Casa Pia, sabemos de antemão que nunca saberemos o fim destas histórias, nem o que verdadeiramente se passou, nem quem são os criminosos ou quantos crimes houve.
Tudo a que temos direito são informações caídas a conta-gotas, pedaços de enigma, peças do quebra-cabeças. E habituámo-nos a prescindir de apurar a verdade porque intimamente achamos que não saber o final da história é uma coisa normal em Portugal, e que este é um país onde as coisas importantes são "abafadas", como se vivêssemos ainda em ditadura.
E os novos códigos Penal e de Processo Penal em nada vão mudar este estado de coisas.
Apesar dos jornais e das televisões, dos blogs, dos computadores e da Internet, apesar de termos acesso em tempo real ao maior número de notícias de sempre, continuamos sem saber nada, e esperando nunca vir a saber com toda a naturalidade.
Do caso Portucale à Operação Furacão, da compra dos submarinos às escutas ao primeiro-ministro, do caso da Universidade Independente ao caso da Universidade Moderna, do Futebol Clube do Porto ao Sport Lisboa Benfica, da corrupção dos árbitros à corrupção dos autarcas, de Fátima Felgueiras a Isaltino Morais, da Braga Parques ao grande empresário Bibi, das queixas tardias de Catalina Pestana às de João Cravinho, há por aí alguém quem acredite que algum destes secretos arquivos e seus possíveis e alegados, muitos alegados crimes, acabem por ser investigados, julgados e devidamente punidos?
Vale e Azevedo pagou por todos?
Quem se lembra dos doentes infectados por acidente e negligência de Leonor Beleza com o vírus da sida? Quem se lembra do miúdo electrocutado no semáforo e do outro afogado num parque aquático? Quem se lembra das crianças assassinadas na Madeira e do mistério dos crimes imputados ao padre Frederico?
Quem se lembra que um dos raros condenados em Portugal, o mesmo padre Frederico, acabou a passear no Calçadão de Copacabana? Quem se lembra do autarca alentejano queimado no seu carro e cuja cabeça foi roubada do Instituto de Medicina Legal?
Em todos estes casos, e muitos outros, menos falados e tão sombrios e enrodilhados como estes, a verdade a que tivemos direito foi nenhuma.
No caso McCann, cujos desenvolvimentos vão do escabroso ao incrível, alguém acredita que se venha a descobrir o corpo da criança ou a condenar alguém?
As últimas notícias dizem que Gerry McCann não seria pai biológico da criança,
contribuindo para a confusão desta investigação em que a Polícia espalha rumores e indícios que não têm substância.
E a miúda desaparecida em Figueira? O que lhe aconteceu? E todas as crianças
desaparecidas antes delas, quem as procurou?
E o processo do Parque, onde tantos clientes buscavam prostitutos, alguns menores, onde tanta gente "importante" estava envolvida, o que aconteceu?
Arranjou-se um bode expiatório, foi o que aconteceu.
E as famosas fotografias de Teresa Costa Macedo? Aquelas em que ela reconheceu imensa gente "importante", jogadores de futebol, milionários, políticos, onde estão? Foram destruídas? Quem as destruiu e porquê?
E os crimes de evasão fiscal de Artur Albarran mais os negócios escuros do grupo Carlyle do senhor Carlucci em Portugal, onde é que isso pára?
O mesmo grupo Carlyle onde labora o ex-ministro Martins da Cruz, apeado por causa de um pequeno crime sem importância, o da cunha para a sua filha.
E aquele médico do Hospital de Santa Maria, suspeito de ter assassinado doentes por negligência? Exerce medicina?
E os que sobram e todos os dias vão praticando os seus crimes de colarinho branco sabendo que a justiça portuguesa não é apenas cega, é surda, muda, coxa e marreca.
Passado o prazo da intriga e do sensacionalismo, todos estes casos são arquivados nas gavetas das nossas consciências e condenados ao esquecimento.
Ninguém quer saber a verdade. Ou, pelo menos, tentar saber a verdade.
Nunca saberemos a verdade sobre o caso Casa Pia, nem saberemos quem eram as redes e os "senhores importantes" que abusaram, abusam e abusarão de crianças em Portugal, sejam rapazes ou raparigas, visto que os abusos sobre meninas ficaram sempre na sombra.
Existe em Portugal uma camada subterrânea de segredos e injustiças, de protecções e lavagens, de corporações e famílias, de eminências e reputações, de dinheiros e negociações que impede a escavação da verdade.
Este é o maior fracasso da democracia portuguesaClara Ferreira Alves - "Expresso"

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Um novo espaço de debate

Para começar alguma coisa, é necessário, desde logo, um motivo.
O motivo que levou esta equipa a criar um novo espaço na blogosfera, tem a ver, principalmente, com o vazio que sentimos nos últimos tempos. De facto, após as últimas eleições autárquicas, o marasmo parece ter-se instalado na blogosfera povoense. Com o encerramento do blogue “castelo de Lanhoso” deixou de haver um espaço de debate e de diálogo entre todos aqueles que, então e através desse espaço, aqui postavam as suas opiniões. Por outro lado também achamos que os espaços que existem ou não são isentos, ou não apresentam temas que verdadeiramente atraiam os bloguistas.
Porque achamos que a Póvoa e os povoenses têm direito a ter um espaço onde possam, de forma anónima ou identificada, colocar as suas ideias, resolvemos criar este novo blogue.
Livre de ideologias partidárias (embora cada um de nós tenha, a esse respeito, ideias definidas e assumidas) existirá enquanto os povoenses em particular e os bloguistas em geral quiserem.
Naturalmente, também terá regras. Será sempre um espaço que privilegia a opinião livre, mas respeitando a liberdade dos outros. Jamais permitiremos posts que visem o ataque pessoal e a calúnia. Defendemos a prática que defende que nunca devemos fazer aos outros aquilo que não gostaríamos que nos fizessem a nós.
Para terminar este primeiro contacto com todos vós, deixo aqui uma parte do poema intitulado “Minha aldeia” da autoria de António Gedeão:
Os homens da minha aldeia
formigam raivosamente
com os pés colados ao chão.
Nessa prisão permanente
cada qual é seu irmão.
Valências de fora e de dentro
ligam tudo ao mesmo centro
numa inquebrável cadeia.
Longas raízes que emergem,
todos os homens convergem
no centro da minha aldeia.